por Isaac Malheiros
Após realizar uma campanha evangelística, uma cantata desgastante, uma visita a alguém no leito de morte ou qualquer outra atividade "religiosa" que me canse, um pensamento recorrente me surge: "por que eu continuo fazendo isso?"
Por vezes coloco numa planilha mental os gastos e desgastes, os sonhos menores dos quais tive que abrir mão, a distância da família e dos amigos e todo o "preço" de servir a Jesus em tempo integral. Um momento crucial para mim foi num quarto de hotel na cidade da Beira, em Moçambique, após um dia intenso de visitas e pregação. Tudo havia dado errado naquele dia, dei o melhor de mim e não vi resultados e nem reconhecimento do meu esforço.
Eu abri mão de uma carreira promissora (e certamente muito mais recompensadora financeiramente) como engenheiro, me considerava um sério candidato a intelectual, e tinha dificuldades de não ser ridicularizado pelos ex-colegas de faculdade quando lhes contava que havia decidido ser um ministro do evangelho. Pensando sobre o que eu poderia ter sido, estranhamente não senti arrependimento ou remorso da opção que fiz.
Nem mesmo me senti menos animado a me levantar no dia seguinte e levar mais uma vez a Palavra de Jesus às pessoas. Entenda-me: a pergunta "por que eu faço isso?" não é no sentido negativo de "por que faz isso, seu estúpido?" É num sentido de "eu não entendo, deveria estar me sentido mal, mas me sinto maravilhosamente bem e realizado!"
"Porque o amor de Cristo nos constrange..." (2 Co 5:14)
Por que fazemos o que fazemos por Cristo? Por que continuamos, apesar das circunstâncias? Porque o amor de Jesus por nós nos motiva, nos impele, nos impulsiona a isso. Basta pensar em quem é Jesus, em quem sou eu e no que ele fez por mim, que não tem saída: é constrangedor. É um amor tão grande e um sacrifício tão sublime que "ai de mim se não pregar o evangelho" (1 Co 9:16). Parar não é uma opção, desistir não é sequer cogitado por quem teve um vislumbre de Jesus Cristo.
Sentado na cama do hotel, encontrei no meu notebook algumas músicas, e essa me trouxe a resposta que gostaria de compartilhar com você.
Marcos Witt - Es por tí
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