terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Cuidado dedinho o que posta...

Estava voltando de férias no final de semana passado e tive que dar um tempo no aeroporto de Congonhas. Tinha que esperar meu próximo vôo por duas horas.


Passeando, olhando vitrines, vi dois rapazes e tive a sensação que conhecia um deles. Era o Denílson, de Diadema. Ex-jogador do São Paulo e ex-Seleção Brasileira. Ele é um cara conhecido por seu carisma, simpatia. E pude comprovar isso.


Não! Não fui pedir autografo e nem incomodar o pobre jogador, mas fiquei de longe observando a tietagem. O Denílson, é de fato, um cara popular, simpático o tempo inteiro, tirava foto, distribuía autografo, abraços e beijos para fãs e para pessoas que nem sabiam exatamente quem ele era. Era tanta bajulação que perdi a paciência por ele e fui comprar alguma coisa.


E hoje estava refletindo... O Denilson atualmente está sem clube. Mas não creio que tanto sorriso e carinho com as pessoas, fosse uma tentativa de manter sua popularidade. Acho que não... Creio que ele agia naturalmente: ele é simpático, e por isso não precisou se disfarçar ou forçar uma imagem.


Mas é impossível não pensar em alguns nos cristãos que vejo pela internet. Sabemos que "a boca fala do que o coração está cheio" e de vez em quando, num post, num tweet, expressamos "o mal que não queremos fazer".


Porém, me irrita ver jovens que se dizem cristãos, que se esforçam para alcançar a popularidade na web. Eles fazem de tudo, usam palavrões, expressões chulas, opinam como experts sobre "sexo, drogas e rock'n roll", falam de assuntos que não dominam (ou não deveriam dominar), forçando para mostrar que se identificam com gente que não tem os mesmos objetivos que eles.

Ou pior: usam a igreja, seus irmãos ou o próprio Jesus para "causar" e se mostrarem "descoladinhos". Uma tentativa desesperada de fazer parte de um mundo que não deveria ser o nosso. Tentando desenvolver uma identidade falsa, para ter acesso a aplausos que nem são para eles.
Gosto da frase de Phillip Yancey que diz: “Deus mora dentro de mim e é a sua presença que me transforma, me orienta e me faz lembrar da minha verdadeira identidade”.
Qual é a nossa verdadeira identidade? Qual é nosso verdadeiro objetivo no twitter, no orkut, em nosso blog?

Pedro era amigo e seguidor de Cristo. Mas quando Jesus foi preso, Pedro tentou se enturmar com a galera que acompanhava o julgamento, a princípio discretamente.
- “Mulher, eu nem conheço esse homem!”

Conforme ia sendo reconhecido, ia forçando uma imagem do tipo “ei, pessoal, eu sou um de vocês” tentando fazer parte.

- “Homem, eu não sou um deles. Não sei do que você esta falando!”

Mas o modo de falar denunciava que Pedro não era um deles (Mt 26:73). Então a solução era acabar com aquele sotaque de crente: ele jurou, praguejou e blasfemou. Tudo com a intenção de mostrar a todos que ele era um “descoladinho simpático”.

Naquele momento, Pedro era uma falsa testemunha, em nada melhor que as falsas testemunhas que tentavam incriminar Jesus durante o julgamento.

Denílson, sentado em seu cantinho, foi reconhecido. E não negou quem ele era.

O resultado da historia de Pedro todos sabemos. Talvez, se Pedro vivesse hoje, a Bíblia traria:

“Então Pedro saiu do Twitter, desligou o pc e chorou amargamente”.
(Mt 26:75 adaptado)

5 comentários:

  1. Vanessa esse post foi extremamente excepcional, fantástico, mergulhado em sabias e excelentes palavras (bajulações). Você sabe que é muito comum hoje em dia as pessoas terem dupla personalidade, no mundo real são uma pessoa e no mundo virtual são outras (para terem popularidade virtual), um conceito que nunca deveria sair de nossa mente cristã é: Dar bom testemunho tanto no mundo real como no virtual.
    “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”. 1 Coríntios 10:31

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  2. É... as pessoas se escondem por trás de "máscaras" invisíveis. Quem poderá esquadrinhar o recôndito de cada ser humano, senão Deus?

    Pois o que me irrita, além do que você citou, é a falsa espiritualidade obsessiva que há por aí; a "espiritualidade" para consumo externo.

    É isso.

    Em Cristo,

    Ricardo

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  3. Quem sabe ao fazermos isso nem estejamos nos escondendo, mas mostrando quem de fato somos. Quem sabe o cristianismo é q seja a máscara e qdo na net é q surge a oportunidade de mostrarmos nossa personalidade não-transformada pelo Espírito Santo.

    Engraçado q Pedro fez aquilo pq temeu por sua VIDA; fazemos o mesmo q Pedroele fez apenas por medo da galera ñ nos achar "cool". Bizarro!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Excelentes comentários!
    Cada aspecto abordado por vocês é importante.
    -Não temos duas vidas.
    -Tentar passar "espiritualidade" também é forçar uma imagem.
    -A net não é a máscara: na net a gente se mostra sem máscara mais facilmente.

    Não tinha pensado nesses aspectos. Muito bom!

    Aproveitando a história do Denílson e do Pedro, quando alguém me reconhecer como crente por aí "ei, você é um deles!" eu vou responder:
    "Sou sim, por que? Quer um autógrafo?!"
    hehehe

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