A frase: “ausência de evidencia não é evidência de ausência” é correta em alguns casos, mas não pode ser generalizada. Na física teórica existem entidades postuladas para as quais ainda não existem evidência, mas ninguém afirma dogmaticamente que elas não existam. A frase se aplica a essa situação, pois com certeza há boas razões lógicas para se acreditar em tais entidades.
Analise a seguinte ilustração:
Existem casos em que a ausência de evidência é evidência de ausência. Se alguém afirmar que existe um hipopótamo na garagem do meu prédio, e eu descer até lá e não observar um hipopótamo entre os carros, teria uma boa e justificada razão para pensar que não existe hipopótamo algum ali.
Porém, se a afirmação for que existe um mosquito da dengue na garagem do prédio, então a minha falha em detectar tal mosquito não seria uma boa razão para pensar que de fato não há mosquito algum ali.
Obviamente, você percebeu a diferença entre os dois casos: no primeiro, espera-se ver imediatamente alguma coisa; no segundo, não. O segundo caso dá muito mais trabalho para se confirmar, pois teríamos que explorar meticulosamente a garagem em busca de evidências do mosquito.
Então, a ausência de evidência não é definitivamente evidência de ausência no caso do mosquito, mas é evidência de ausência no caso do hipopótamo. Claro que essa é uma ilustração limitada, não se aplica de modo tão simplório ao caso da existência de Deus, mas serve pra perceber que a frase não pode ser generalizada.
A discussão gira em torno da quantidade de indícios que temos e a quantidade de indícios que esperávamos ter se a tal “coisa” existisse. No caso de Deus, o teísta acha que temos indícios suficientes para crer. O ateu acha que não, e esperava mais e melhores indícios se um ser como Deus realmente existisse.
Temos aqui, no máximo, um ponto a favor da agnosticismo, não do ateísmo (apesar do swing ideológico e da infidelidade partidária que anda rolando entre ateus e agnósticos ultimamente).
Alguns ateus reclamam das evidências que temos, e exigem coisas do tipo:
-“Por que Deus não escreve ‘Eu existo’, em letra de fogo nos céus?”
-“Não seria mais fácil se Deus tivesse escrito ‘Feito por Deus’ em cada átomo?”
-“Deus não teria impedido a descrença se aparecesse todo dia à meia noite com luzes e show pirotécnico no espaço?”
No entanto, e em primeiro lugar, quem disse que Deus quer que as pessoas creiam na sua existência? Pode ser que Deus exista, mas não tenha como prioridade a crença ou descrença humana em sua existência, e por isso tenha dado apenas evidências suficientes para o que se propôs: um relacionamento espiritual.
Na verdade, a Bíblia não apresenta Deus se esforçando para convencer os homens de que Ele existe. Ela mostra Deus tentando estabelecer um relacionamento com o homem, baseado no amor (Rm 8:16 e 17). Claro que esse relacionamento só é possível se a pessoa crê que Deus existe, mas os demônios crêem que Deus existe, e isso não é virtude alguma (Tg 2:19).
Não temos motivos para acreditar que se Deus atendesse às exigências dos ateus, muito mais pessoas teriam um relacionamento de amor com Ele (Lc 16:30 e 31). Na Bíblia, grandes milagres e manifestações de Deus foram seguidas de grande apostasia e rejeição.
Se Deus atendesse hoje à reclamação ateísta, não há garantias de que isso mudaria a situação ao ponto de mais pessoas se salvarem. Por isso, o ateu não pode mais continuar usando frases como: “se um ser como Deus existisse, ele teria tornado sua presença mais evidente”.
Temos evidências lógicas suficientes para crermos em Deus e mantermos um relacionamento com Ele. A maior delas é histórica: a vida e ensino de Jesus Cristo. Sugiro começar por aí.
Parabén pelo texto, sobretudo os 3 últimos parágrafos.
ResponderExcluirAh, e AMEI a fotinha ilustrativa!
Parabéns os pelo seu argumento muito bem fundamentado. Gostei.
ResponderExcluirVanessa, a sua argumentação é muito afiada e certeira e pode ser aplicada com segurança à análise das evidências da existência de qualquer coisa ou fato, um crime, por exemplo. Não se trata, portanto, como você bem demonstra, de medir a "quantidade" de indícios da existência (ocorrência) do fato, pois esse critério pode ser enganoso ou falho, mas de apreciar a "qualidade" dos sinais (muitos ou poucos)que permitem concluir a existência de certa realidade. Muito bom o seu texto, parabéns!
ResponderExcluir"Temos evidências lógicas suficientes para crermos em Deus e mantermos um relacionamento com Ele. A maior delas é histórica: a vida e ensino de Jesus Cristo. Sugiro começar por aí. "
ResponderExcluir= falácia non sectur.
Krishna é histórico, portanto a existência dos deuses hindus é uma verdade.
Buda é histórico, portanto o budismo e as leis do Karma são uma verdade.
Kardec é histórico, portanto o espiritismo é uma verdade.
Maomé é histórico, portanto Alá existe.
Em momento algum eu escrevi o silogismo tosco acima.
ResponderExcluirO fato de Jesus ser histórico não é evidência conclusiva de que Deus existe. Mas se Jesus foi quem Ele disse que foi, e fez o que disse que fez, há um bom material para se considerar.
Escrevi "evidênciaS", "maior delaS", admitindo e apontando para a existência de várias e sugerindo "começar por aí".
Evidentemente a inferência do anônimo foi um erro.
Desculpa mas "Temos evidências lógicas suficientes para crermos em Deus e mantermos um relacionamento com Ele. A maior delas é histórica: a vida e ensino de Jesus Cristo. Sugiro começar por aí. " como argumento lógico está falha.
ResponderExcluirMétodo Científico é a cura para essas patologias filosóficas. Sem evidências=conjectura(s). Na Física Teórica o Método Científico também é aplicado, com testes rigorosos e incessantes para a verificação da realidade do postulado, até que no final é aceito ou descartado. Se a gibíblia prova que Jesus existiu, então os Vedas provam que os deuses hindus são verdadeiros, e assim sucessivamente. De 40 historiadores romanos da época de Jesus, 10 estavam naquele local, escreveram sobre os Judeus, costumes deles, etc, e NENHUMA LINHA cita Jesus Lixo. Flávio Josefo? Nem a ICAR aceita. Sem contar que aquele eclipse solar do ano 33 do séc.I, naquela região sequer foi confirmado pelos cálculos astronômicos sérios e nem pela NASA.
ResponderExcluirQue "método científico"? O naturalista/materialista?
ExcluirEu conheço métodos científicos, no plural.
Mas creio q vc nunca ouviu falar disso, e talvez não saiba que antes dos métodos científicos existe uma discussão filosófica sobre as pressuposições.
Desculpe-me, mas duvidar do Cristo histórico é sinônimo de ignorância cristalina. Se vc não é um ignorante, não escreva como se fosse e poupe nosso tempo.
Falácias do tipo "Non Sequitur" e "Ad Hominem" não vão te fazer vencer o debate!Filosofia da Ciência é a única que COMPROVA alguma coisa hoje em dia, os outros só enrolam e utilizam muito a falácia do tipo "Circulus in Demostrando", por isso Teólogos estudam Filosofia.
ExcluirCometes falácias do início ao fim dos parágrafos e eu é que sou ignorante!.
Tudo bem!Continue a crer no Jóquei de Jegue palestino, mas pare de atacar os ateus e agnósticos! Não somos obrigados a acreditar em nenhum deus do Panteão da humanidade.
Burro.
ExcluirA Filosofia "antecede" as áreas do conhecimento, está na base delas, e não importa a nomenclatura que vc dê a ela: é Filosofia, tem pressuposições.
E sobre oS métodoS científicoS? Já saíste das trevas?
Filósofos só enrolam e não COMPROVAM nada! Relacionamentos pessoais, espirituais,etc, incorrem automaticamente na falácia do tipo "Evidência Anedótica" que por isso mesmo nada comprova. Se a maior prova que deus existe foi/é a vida e ensinamento de Jesus Gay (que sequer foi comprovada a existência). Os achados referentes a Jesus Lixo são semelhantes às lendas dos povos e civilizações da época (ou anteriores) e naqueles locais, e também era comum o aparecimento de supostos Messias. Todos os escritos que se referiam a deuses também devem ser validados, pois todos estão no mesmo patamar, se escritos sem evidências, artefatos,etc, comprovam a existência de Jesus Gay, então os livros revistas, até mesmo em quadrinhos, provam a existência do Super-Homem, Batmam, Flash,etc...
ResponderExcluirDuvidar do Cristo histórico... sem comentários.
ExcluirFé não comprova nada!.
ExcluirQuem mencionou "fé" foi vc.
ExcluirQuais são as suas objeções às evidências do Cristo histórico? (Suponho que pelo menos as conheça).
Geralmente usada quando a existência de Cristo é contestada. É um caso de (frases prontas). Ou seja, a pessoa fala essa frase, e acha que a discussão acaba aí. Não passa de uma forma de convencer mais a si mesmo do que ao cético à sua frente. Significa basicamente que, só porque não existem evidências que tal fato ocorreu, não quer dizer que não ocorreu.
ResponderExcluirEssa falácia camuflada de lógica pode até enganar os mais incautos, pois à primeira vista ela até faz um certo sentido. Porém, apenas no mundo da religião as coisas funcionam nessa maneira.
Na Ciência, a ausência de evidência não significa nada, logo, tal fenômeno não existe. Na paleontologia, química, física, biologia, botânica etc., a ausência de evidência não leva à conclusão de que tal espécie existe. Na criminologia, a ausência de evidência não leva ninguém à cadeia.
É por isso que existem as paródias religiosas do Monstro do Espagueti Voador, Unicórnio Rosa Invisível, o Grande Coelho Atrasado entre muitas outras. Porque não existem evidências de que elas não existem. Logo, pode-se inventar qualquer coisa.
Como elas usam o mesmo argumento falacioso da ausência de evidência, elas são tão válidas quanto Jesus Cristo. Talvez até mais verossímeis.
O que é "evidência" para você?
ExcluirArgumentação e raciocínio lógico evidenciam alguma coisa para você? Ou você é materialista 2.0 q só acredita no que pode ver, tocar, medir, etc?
O post é exatamente sobre isso.
Algo que vocês cristãos não possuem para comprovar a existência de Jesus Lixo e Gay.
ExcluirLógica e raciocínio lógico são incompatíveis com as contradições, anacronismos, atrocidades, acontecimentos impossíveis, e ocorridos bíblicos que contrariam as leis da Física! Falácia do tipo "Espantalho" não resolverá o seu problema! E enrolar também não!.
Não faças afirmações por achismo!.
Apenas uma questão da introdução. O autor do post usou o exemplo do hipopótamo na garagem para argumentar que “existem casos em que a ausência de evidência é evidência de ausência”. A questão é que se ele verificar a garagem do prédio e não observar um hipopótamo, vc teria uma “evidência de ausência” e não uma simples “ausência de evidência”. Logo o exemplo num seria exceção para a regra. O que acha?
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