sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O que escrevi para a redação da Revista Adventista

No mês de Dezembro, a Revista Adventista (RA) publicou o artigo "Instrumentos de percussão na música sacra", do Dr. Ozeas Moura. Recorri à minha Bíblia, minha biblioteca, aos amigos da comunidade JA do Orkut, e ao meu marido (heheh) e escrevi a seguinte resposta:

Olá pastor Ozeas. Espero que tudo esteja bem com o senhor.
Sou moderadora da maior comunidade de Jovens Adventistas da internet (mais de 65 mil membros). Amo minha igreja e o seu apego ao firme fundamento da Palavra do Senhor.

Li o seu artigo sobre a música na Revista Adventista, discordei e achei por bem lhe escrever.
Poderia escrever bastante sobre as já comprovadas falácias e equívocos de uma de suas fontes (a obra de Bacchiocchi, “O cristão e a música rock”). Mas prefiro me ater à Bíblia e a Ellen White.

1) Toda a sua argumentação serve para condenar outros instrumentos. Troque a palavra “tambores” por "flautas" e releia o seu artigo: serve pra condenar as flautas também.

-Eram instrumentos populares, usados na musica secular e na musica dos pagãos.
-Estavam no primeiro transporte da arca
-Saíram da lista no segundo transporte da arca
-Não estavam na lista de "instrumentos de Deus"
-Não eram usadas dentro do templo
-Aparecem nos Salmos, mas os Salmos são simbólicos...
-Aparece em Ez 28:13, mas a tradução ali esta errada.

Se o senhor tem razão, as flautas devem ser proibidas na igreja.

2)Há um erro sutil ao definir música sacra = música dentro do templo.
O Sr escreveu: "Analisemos, primeiramente, a musica fora do ambiente do templo, ou seja, musica secular, de entretenimento ou de celebração por algum evento."

Há um claro equivoco aqui: musica secular = musica fora do templo?
Não. Musica sacra era feita fora do templo também.

O cântico de Moises, o de Miriam, o dos profetas, o de Davi, a musica de louvor descrita e incentivada nos Salmos para ser feita na assembléia, pelo povo (fora do santuário).
Muitas experiências musicais de genuína adoração aconteceram fora do templo.
As festas religiosas judaicas envolviam muita musica sacra fora do templo.
Se o Sr. raciocina em cima de uma base frágil, o prédio inteiro vai cair.

A sua divisão entre musica sacra e musica secular é totalmente equivocada e auto-refutadora: a musica do transporte da arca ocorreu fora do templo, ou seja, foi musica secular de acordo com a classificação do Dr. Ozeas.
Então, pra que usar esse evento de música secular como algo normativo para a musica sacra? Incoerência interna no raciocínio.

3) Há um outro erro sutil: musica dos profetas = secular
"Na musica secular ou de entretenimento, usavam-se instrumentos de percussão como o tamborim, às vezes traduzido por “adufe” (no hebraico, toph pequeno tambor de mão ou pandeiro), usado para acompanhar, ritmadamente, a musica e a dança, nas festividades e cortejos (Gn 3:27; Ex 15:20; Jz 11:34; 1Sm 10:5, 18:6; 2Sm 6:5; Sl 149:3; 150:4, etc)."

Aparentemente, um raciocínio certo.
A sutileza do erro está em classificar de “musica secular ou de entretenimento” a musica feita pelos profetas em 1 Sm 10:5. Ellen White comenta esse evento com as seguintes palavras:

“Em Gibeá, sua cidade, um grupo de profetas, voltando do "lugar alto", cantavam o louvor de Deus, com música de flautas e harpas, saltérios e tambores. Aproximando-se Saul deles, sobreveio-lhe o Espírito do Senhor e ele também tomou parte em seu cântico de louvor, e com eles profetizou. Falou com tão grande influência e sabedoria, e com tanto fervor se uniu ao culto, que aqueles que o conheciam exclamaram com espanto: "Que é o que sucedeu ao filho de Quis? Está também Saul entre os profetas?" I Sam. 10:1-11.
Tendo-se unido Saul com os profetas em seu culto, uma grande mudança operou-se nele pelo Espírito Santo.”
PP, 610.

Não era música secular e nem de entretenimento. Era culto de louvor.

No mesmo parágrafo, você cita o cântico de Miriam e das mulheres como exemplo dessa musica supostamente "secular e de entretenimento" (Ex 15:20).
Mas veja Ellen White comentando:

“Semelhante à voz do grande abismo, surgiu das vastas hostes de Israel aquela sublime tributação de louvor. Deram-lhe início as mulheres de Israel, indo à frente Miriã, irmã de Moisés, ao saírem elas com tamboril e danças. Longe, por sobre o deserto e o mar, repercutia o festivo estribilho, e as montanhas ecoavam as palavras de seu louvor - "Cantai ao Senhor, porque sumamente Se exaltou". PP, 288-289.

Ellen White torna o cântico de Moisés e a celebração de Miriam um evento só.
Não teve nada de "secular e entretenimento" aí.
Foi "sublime tributação de louvor", com percussão.

4) Citações bíblicas inadequadas. O seu artigo diz:
"Na musica secular ou de entretenimento, usavam-se instrumentos de percussão como o tamborim, às vezes traduzido por “adufe” (no hebraico, toph pequeno tambor de mão ou pandeiro), usado para acompanhar, ritmadamente, a musica e a dança, nas festividades e cortejos (Gn 3:27; Ex 15:20; Jz 11:34; 1Sm 10:5, 18:6; 2Sm 6:5; Sl 149:3; 150:4, etc)."

O que os versos de Ex 15:20; 1Sm 10:5, 18:6; Sl 149:3 e 150:4 fazem num parágrafo a respeito de música "secular e de entretenimento"? São verso que falam de música de louvor e adoração, e não de música secular e de entretenimento.

Já mostrei o que EGW fala dos outros textos, mas:
-Usar Salmo 149:3 para exemplificar música "secular e de entretenimento" foi um claro equívoco. O próprio Salmo afirma que se trata de louvor a Deus.
-Usar Salmo 150:4 para exemplificar música "secular e de entretenimento" foi outro claro equívoco. O próprio Salmo fala que se trata de louvor, não de entretenimento.
Eles tratam de genuína adoração. E incluem percussão.

5) Associação com o paganismo.
"Em se tratando de musica sacra, apresentada no culto em louvor a Deus, vê-se que tambores e tamborins (o mesmo que adufes) ficaram de fora da musica sacra, apresentada no templo, uma vez que estavam associados ao culto pagão e por fazerem parte da musica secular, de comemoração ou entretenimento."

Já vimos que a definição de “musica sacra = musica dentro do templo” é incorreta, pois havia musica de louvor e adoração fora do templo.
E falta base bíblica para afirmar que tambores ficaram de fora por estarem "associados ao culto pagão." A Bíblia não afirma isso em lugar algum (pelo menos eu nunca achei).

E se estar associado ao paganismo é problema:
- Prostitutas usavam harpas (Is 23:16)
- Pagãos usavam, dentre outros instrumentos, harpas e alaúdes (Is 14:11; Ez 26:13; Dn 3:5; Jó 21:12;)
- Incrédulos e bêbados infiéis usavam harpas, dentre outros instrumentos (Is 5:12)
- Um descendente de Caim é chamado de “pai dos que tocam harpa e flauta” (Gn 4:21).
- A maldição divina sobre a Babilônia mística do Apocalipse inclui:

“E em ti não se ouvirá mais a voz de harpistas, de músicos, de tocadores de flautas e de clarins, nem artífice de arte alguma se achará mais em ti. Em ti não mais se ouvirá ruído de mó”.

2 instrumentos usados no templo estão aí. E nem menciona a percussão.
Não existe nenhuma base bíblica para a afirmação que a percussão não entrou no templo por causa de sua associação com o paganismo. O Sr. deve ter tirado isso do livro do Bacchiocchi, e não da Bíblia. Além disso, o artigo ignora a ausência de outros instrumentos no templo, como a flauta.

6) A interpretação dos Salmos: Lógico que nos Salmos há linguagem simbólica e poética. Mas não há APENAS linguagem simbólica e poética. Usamos os Salmos para ensinar doutrinas como estado do homem na morte, inferno, mordomia, a messianidade de Jesus, etc. E sempre encaramos essas partes como literais (pelo menos alguns substantivos importantes).
Faltou critério aí. Aplicou-se um “8 ou 80 “ aos Salmos: ou é tudo simbólico ou é tudo literal. O que, logicamente, está errado.

Obviamente, quando a Bíblia menciona adufes e tamborins, isso não é meramente poético.
E Deus não inspiraria elementos poéticos pecaminosos para falar de louvor.
Seria como dizer “poeticamente”: “comei carne de porco no santuário, povo do Senhor”, ou “Louvai ao Senhor com vosso adultério”.
Pra mim, essa foi a pior parte do artigo.

7) Ellen White contraria o seu artigo. O senhor escreveu:
“Miriã e outras mulheres dançando com tamborins (Ex 15:20)
Como já foi mencionado, tamborins eram permitidos na música secular israelita, usados em ocasiões de alegria e entretenimento. Miriã e as demais mulheres não estavam fazendo um culto, mas cantando e dançando de alegria pela morte dos guerreiros egípcios, afogados no mar Vermelho.”


Ellen White não concorda com essa sua descrição:

“Semelhante à voz do grande abismo, surgiu das vastas hostes de Israel aquela sublime tributação de louvor. Deram-lhe início as mulheres de Israel, indo à frente Miriã, irmã de Moisés, ao saírem elas com tamboril e danças. Longe, por sobre o deserto e o mar, repercutia o festivo estribilho, e as montanhas ecoavam as palavras de seu louvor - "Cantai ao Senhor, porque sumamente Se exaltou".

Este cântico e o grande livramento que ele comemora, produziram uma impressão que nunca se dissiparia da memória do povo hebreu. De século em século era repercutido pelos profetas e cantores de Israel, testificando que Jeová é a força e livramento daqueles que nEle confiam. Aquele cântico não pertence ao povo judeu unicamente. Ele aponta, no futuro, a destruição de todos os adversários da justiça, e a vitória final do Israel de Deus. O profeta de Patmos vê a multidão vestida de branco, dos que "saíram vitoriosos", em pé sobre o "mar de vidro misturado com fogo", tendo as "harpas de Deus. E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro". Apoc. 15:2 e 3."
PP, 288-289.

Para o Dr. Ozeas, apenas uma ocasião de alegria e entretenimento.
Para Ellen White, um genuíno louvor profético, que aponta para nossa libertação final.

8) As Escolas dos Profetas (1 Sm 10:5). Sobre isso, o artigo diz:
"Uso de tamborins por um grupo de profetas em Gibeá-Eloim (1 Sm 10:5)
Esse texto indica que tamborins eram usados na música sacra antes das diretrizes instituídas pelo rei Davi (ver outro exemplo no salmo 68:24, 25). A partir dessas diretrizes, tamborins não são mais permitidos nem mencionados na música sacra israelita, por causa de sua associação com ritos pagãos."

Esse argumento merece ser “dissecado”, pois esse era um grupo de alunos das Escolas dos Profetas. Vou resumir o que EGW fala sobre isso (sem colocar os textos e a fonte, por questão de espaço):

-As Escolas dos Profetas foram idéia de Deus.
-A supervisão divina estava sobre todo o processo.
-O currículo incluía musica sacra como uma das principais disciplinas.
-Musica sacra não era praticada de qualquer jeito, mas cuidadosamente.
-Essa musica era de adoração.
-Essa musica era feita sob a influencia do Espírito Santo.
-Essa musica incluía tambores.
-Nas escolas dos profetas, a música (que incluía tambores) era ensinada com "um santo propósito, a fim de erguer os pensamentos àquilo que é puro, nobre e edificante, e despertar na alma devoção e gratidão para com Deus".
-Os principais assuntos nos estudos destas escolas eram a lei de Deus, com as instruções dadas a Moisés, história sagrada, música sacra (q incluía tambores) e poesia.
-Não havia valsas frívolas ou canções petulantes nas Escolas dos Profetas, mesmo com tambores.
-A arte da melodia sagrada era diligentemente cultivada. Ouviam-se sagrados e solenes salmos de louvor ao Criador, que engrandeciam Seu nome e relatavam Suas obras maravilhosas. Deste modo, fazia-se com que a música servisse a um santo propósito: erguer os pensamentos à aquilo que é puro, nobre e elevado, despertar na alma devoção e gratidão para com Deus. PP, 594.

O dr. Ozeas quer convencer o leitor que as Escolas dos Profetas ensinavam um tipo de musica que não refletia a vontade de Deus e que Deus apenas tolerou o erro deles e proibiu depois.
Ok. Só faltou nos informar de onde o Sr. tirou isso. Da Bíblia e de EGW não foi.

9) EGW e a Bíblia não concordam com o artigo
EGW o contradiz no assunto "A Escola dos Profetas" (1 Sm 10:5). Veja como ela descreve o evento:

"O Espírito de Deus era notadamente manifesto nesses seminários, em profecia e
musica sacra. Numa ocasião um grupo de profetas encontrou Saul no "monte de Deus", não longe de Gibea, com saltérios e tamborins, flauta e harpa.

Sob a influencia do Espírito Santo, esses homens estavam profetizando e louvando a Deus com a musica dos instrumentos e a voz do cântico.”
The Signs of the Times , 22 de Junho, 1882.

É música sacra institucional. Não é mero entretenimento tolerado e posteriormente corrigido.
É música divinamente instituída e divinamente influenciada. E com percussão.

De onde surgiu a sugestão implícita de que Deus apenas 'tolerou' isso e proibiu depois?
O dr. Ozeas deve mostrar mais claramente essa futura “proibição”, pois o que o artigo mostra são inferências baseadas em textos não tão claros, em detrimento de uma leitura simples e direta de textos claros. Textos claros interpretam textos obscuros, não?

Há um claro “assim diz o Senhor” posterior corrigindo o que era apenas tolerado (poligamia, uso de bebidas fortes, etc). Isso não acontece com o uso da percussão. A única coisa que o Dr. Ozeas apresenta é uma inferência baseada no argumento do silencio, que inclusive contradiz outros claros textos (Salmos por exemplo). Mas isso os evangélicos também fazem com o sábado e o dízimo no NT. E nós os combatemos.

Nesse parágrafo, o senhor também escreveu que depois “tamborins não são mais permitidos nem mencionados na música sacra israelita”. Os Salmos o contradizem, mencionando percussão na música de louvor e adoração israelita (Sl 68:25, 81:2, 149:3 e 150:4). Lembrando que a compilação desses Salmos inspirados mas supostamente equivocados no assunto "percussão" é bem posterior a Davi.

10) Igreja=Templo Judaico
“A música na igreja deve ser diferente da música secular, porque a igreja, como o antigo templo, é a casa de Deus e não um lugar de entretenimento. Instrumentos de percussão estimulam fisicamente e são inapropriados para a música na igreja hoje, como o foram para a música do templo no antigo Israel.”

Ninguém duvida que o lugar de culto cristão (chamado erroneamente de “igreja”) é um lugar especial, onde a reverência, decência e a ordem devem estar. Mas a comparação da “igreja” com o antigo templo (que permeia todo o artigo) é equivocada.
O templo não reflete o que praticamos hoje no culto cristão. Nosso culto não tem o ritual do santuário como modelo. Tambores e flautas não entraram no templo, bem como órgãos, decacórdios, estrangeiros, mulheres, aleijados, pregação, escolas sabatinas, coralzinho infantil, casamentos, bodas, cultos jovens, harmonia a quatro vozes, etc

11) A cereja do bolo: o texto de Indiana (como sempre)
Por que um artigo sobre música e percussão omite os textos de EGW sobre o cântico de Miriã, as Escolas dos Profetas, a descrição que ela faz do culto "erudito" sem percussão no Grande Conflito 566 e 567?
Mas é impossível encontrar um texto desses que não cite o famoso texto de Indiana.
O texto fala literalmente que a situação de Indiana se repetiria nas “reuniões campais”. Reuniões campais são reuniões campais. não são cultos JA, nem cantatas de Natal e nem cultos da Nova Semente.
Se você quer ampliar o texto e aplicá-lo ao cultos rotineiros da IASD, não restringi-lo às reuniões campais, extraia os princípios dali. Mas faça o mesmo com todos os elementos, e não pinçando a palavra “tambores” do texto. Ele não fala só de tambores.

Além disso, a experiência de Indiana (com tambores) é apenas mais uma das várias cenas de fanatismo que se repetiriam (como as de 1844, a do casal Mackin, etc). O detalhe que nunca escrevem em artigos é: a maioria delas aconteceu SEM tambores. Nossa história está aí, à disposição de quem quiser pesquisar. Publiquei algo a respeito em:
http://vanessinhameira.blogspot.com/2009/12/fanatismo-em-diferentes-maneiras-e.html

Muito já se publicou sobre o uso correto desse texto de Indiana em seu devido contexto. Artigo de Leandro Quadros e Valdeci Jr:
http://www.novotempo.org.br/advir/?p=1997

Não conheço o senhor, mas leio sempre os artigos que escreve e já ouvi falarem muito bem de sua capacidade como teólogo e professor de teologia. Não se trata de nada pessoal.
O que me motivou a escrever foi o “espírito” que está nesse texto :
"É importante que, ao defender as doutrinas que consideramos artigos fundamentais da fé, nunca nos permitamos o emprego de argumentos que não sejam inteiramente retos. Eles podem fazer calar um adversário, mas não honram a verdade. Devemos apresentar argumentos legítimos, que não somente façam silenciar os oponentes mas que suportem a mais acurada e perscrutadora investigação" (Evangelismo, p.166).

Deus o abençoe e continue iluminando o pastor e sua família.

Vanessa Meira

17 comentários:

  1. O maior problema é como se usa a percussão. Leia o comentário de um doutor em fisiologia aqui: http://criacionista.blogspot.com/2008/09/o-poder-da-msica-sobre-o-crebro.html

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  2. Com certeza! E isso se aplica a qualquer instrumento...
    Veja:
    http://vanessinhameira.blogspot.com/2009/08/percussao-em-outros-instrumentos.html

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  3. Interessante que o Dr. Hélio Pothin não parece ter nenhum trabalho realmente científico e "peer reviewed" sobre suas afirmações ou que tenha o aval do CNPQ no Brasil.

    Um amigo meu pediu pessoalmente que ele fornecesse algum material publicado e revisado por outros cientistas sobre suas afirmações no que tange à música, especialmente à música rock e a percussão mas ele não pode fornecer.

    Ao que parece, essa "pesquisa" é particular dele e está minada por paradigmas pessoais do que seria música "apropriada" ou boa para o culto e música "não-apropriada" ou música ruim. Bastaria perguntar se a pesquisa foi replicada em laboratório, se houve realmente essas reações em pessoas em "tempo real".

    Se estas premissas fossem realmente verificáveis e sólidas, haveria prova disso nas manchetes do dia seguinte a concertos de Rock Heavy Metal: Orgia Sexual Generalizada, Overdoses e Suicídio em Massa Em Concerto de Rock na Noite Passada. Alguém já viu isso por aí??

    Não que se esteja defendendo o heavy metal e afins. Porém, são justamente essas abordagens nada "científicas" que desmerecem a nossa fala como defensores da "sã doutrina..."

    Creio que seria mais honesto e muito mais producente simplesmente repudiar essas músicas pela sua mensagem anti-Deus, deprimentes e alienantes do que ficar tentando achar argumentos "científicos" contra elas.

    Lembram-se das músicas invertidas dos anos 80?? Sem dúvida eram argumento "científico" para muitos na época, hoje, hilárias. Mas elas têm suas netas nesses "estudos", palestras e vídeos ubíquitos de Daniel Spencer e seus correlatos.

    "O amor de Cristo nos constrange". Estamos tentando cortar a árvore pelas folhas...

    PS.: O artigo do irmão Moura já havia sido refutado por mim e outros. Veja "Tambores e os Instrumentos do SEnhor" no site www.AdventismoRelevante.com

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  4. Respeito muito o Pr. Ozeas como teólogo, mas senti em meu coração uma pontinha de vergonha alheia.

    =(

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  5. Se estas premissas fossem realmente verificáveis e sólidas, haveria prova disso nas manchetes do dia seguinte a concertos de Rock Heavy Metal: Orgia Sexual Generalizada, Overdoses e Suicídio em Massa Em Concerto de Rock na Noite Passada. Alguém já viu isso por aí??

    André, ou vc nunca foi a um show de rock, ou deve estar brincando... vai gostar de rock, assim....

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  6. O grande problema da nossa igreja continua sendo a ignorância; Pior que a grande massa dos pregadores que costumam falar de música vão ler o tal artigo e sair pregando por aí;

    É tudo muito claro, não enxerga quem não quer: A Bíblia não condena instrumentos, EGW não condena instrumentos, não foi pra salvar instrumentos que Jesus morreu e nem serão instrumentos a herdar o reino dos Céus;

    Eu não sei como alguns desses "Doutores" conseguem usar os textos de EGW, que deveriam ser usados para esclarecer as poucas partes não muito claras da Bíblia, pra confundir ainda mais o pobre povo ignorante;

    No mínimo devem ser mal intencionados...

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  7. Eu tive uma idéia maquiavélica: parafrasear o texto do dr. Ozeas e fazê-lo condenar as flautas (já que os argumentos dele tbm servem para isso).

    Mas desisti: se um texto desses cai na net, é capaz de alguém levar a sério e sair jogando flautistas na fogueira.

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  8. Isso ñ acontece, Vanessa. Há flautistas na velha guarda (nada contra a velha guarda em si). Não esqueça q eles só adaptam a Bíblia ao q lhes convém.

    Parafraseia o texto aí sem medo, depois posta aqui pra nós! =D

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  9. Vanessa,
    hoje li, pela primeira vez, o artigo da RA. eu o li sem ter lido qualquer resposta ao mesmo para poder demonstrar a minha isenção externa quanto ao assunto.
    Recebi via e-mail a sua réplica, a tréplica do meu colega, Pr. Ozeas, e a sua réplica à tréplica... existe alguma réplica dele à sua réplica à tréplica?
    apesar de não poder assinar em baixo de tudo que você escreveu achei a maioria das suas idéias bastante bem colocadas... Estava pensando seriamente em escrever algo e ainda brinco com a idéia de me envolver de forma pública com este assunto depois de ficar mais de 10 anos em silêncio, mas acredito que o fundamental já foi escrito por você e pelo André Reis (apesar de deixar claro que não assino em baixo de tudo que vocês dois escreveram até agora).
    Vou orar mais quanto ao publicar algo a respeito, mas este pequeno post tem o objetivo de iniciar algo neste sentido. No entanto, com certeza ambos os colegas Lessa e Moura receberão uma ligação minha.
    shabbat shalom

    PS: sou pastor ordenado, sou músico, sou teólogo e fui flautista...

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  10. Vanessinha, pessoas como vc na IASD defendendo rock tem aos montes, mas tem muitos contra tb. Gostaria que vc morasse perto de uma casa onde se ensaiam hinos com bateria para ver se vc continuaria defendendo. Por que vc não frequenta algumas igrejas que têm bateria para vc ver o orror que é aqueles tambores batendo na cabeça. Teve um caso que o vizinho chamou a polícia, pois não aguentava mais o barulho na cabeça. Vou fazer o seguinte. Vou comprar uma bateria e doar para a minha igreja. Agora pergunto, quem vai tocar? Aquele jovem que nasceu em lar adventista e que nunca teve contato com o rock, ou aquele jovem que veio do rock e que queimou todos os seus cds de rock, sua guitarra e sua bateria e foi convertido e agora está na igreja. Qual deles vc me aconselha colocar para tocar a bateria, pois tenho exemplos assim? Vc se arriscaria com algum deles? Vcs querem generalizar para todos os instrumentos. Fui criado ao lado de uma casa de umbanda em São Paulo que tocava tambores direto. Hoje ao ouvir tambores dentro da igreja me trazem lembranças ruins daquela época. Não são instrumentos próprios para adoração dentro da igreja. Foram criados para o rock. Se vc gosta vá para a IASD Nova Semente. Lá pode de tudo: calça comprida, cabelos compridos para os homens, bateria, dança, adultério, tatuagens. Os semelhantes se atraem.Pessoas como vc só atrapalham a obra. Tem um tanto com pensamentos iguais os seus em outras igrejas. Por que copiar o que tem de ruim em outras denominações? Nós é que devemos atrair as outras igrejas e não ser atraidos por elas. Vc caminha na direção errada. Não sei que comunidade vc lidera. Conheço muitas pessoas que pensam diferente de vc, inclusive vários de nossos líderes (Pr Otimar Gonçalves, Prof. Sikberto Marks, Gilberto Theis, Levi de Paula Tavares, Osterman, Volfgang Stefani,etc. Tem muito material bom condenando esse estilo de música na IASD. Seus argumentos tb podem ser refutados um a um. Ainda bem que tem a sacudidura, que vai colocar para fora tudo o que não presta na IASD. Só nos resta orar por vc e aqueles que seguem sua cabeça. Lidere para o bem e não para o mal. Abraços. Ismael

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  11. Olá pastor André Gonçalves,
    obrigado pela visita.
    Creio que o que interessa em minha conversa com o pr Ozeas foi escrito nesses e-mails q vc recebeu. A partir daí começamos a andar em círculos...
    Mas se precisar de mais alguma coisa, estamos à disposição.
    Eu o incentivo "fortemente" a escrever sobre o assunto sim hehe, é raro ter alguém com formação em teologia e música.

    E qto à flauta: ainda bem q a abandonaste, pois é coisa pagã hehehe.
    Abraços.

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  12. Querido Ismael, vc não usou um argumento sólido sequer. Nem um.

    Tanto é que nem preciso usar silogismos lógicos, Bíblia ou EGW para respondê-lo aqui:

    1) Morei mais da metade de minha vida ao lado de 2 igrejas pentecostais barulhentas (1 com, outra sem bateria). Só na minha ex-rua em BH existem 4 igrejas pentecostais. E a que eu frequentava era uma 5a igreja numa rua transversal.

    2) O fato de pessoas usarem mal um instrumento não significa nada. Experimente morar ao lado de qualquer igreja tradicional que ensaia orquestra e banda sábados e domingos à tarde e veja o seu argumento ser aplicado a vários instrumentos. Não cabe um órgão de tubos na minha igreja, o som seria insuportável. Mas isso não me dá o direito de afirmar que Deus condena ou proíbe tal instrumento.

    3)Vc foi criado ao lado de um centro de umbanda. Eu fui criada dentro. Minha avó era mãe-de-santo e vários familiares frequentaram e ainda frequentam. E daí? O sangue de Jesus me purificou de verdade, as lembranças desse período ficaram para trás, a minha nova vida é nova mesmo. Não tenho saudades do Egito, e as lembranças da Babilônia não direcionam minha vida, minhas opiniões e nem meu comportamento.

    Sou livre em Jesus, inclusive de meu passado pois o evangelho pra mim não é brincadeira. Mas respeito a sua escravidão às más lembranças.

    4) Fazer uma lista de nomes importantes que defendem uma posição qualquer não me impressiona. Mais de uma década sobrevivendo em universidades seculares me ensinaram a superar o apelo à autoridade. O papa discorda de nossas doutrinas, e a maioria dos teólogos protestantes eruditos também, e daí? Eles estão certos?
    Poderia fazer uma "contra-lista" de nomes importantes que discordam de você, mas EGW me incentiva a pensar por mim mesma e não ser apenas refletora do pensamento de outros.

    Aliás faltou Bíblia e EGW na sua resposta.

    Por último: não estou liderando nada, não quero promover nenhum instrumento, nenhum estilo de música, e nem quero seguidores.

    Quero apenas respeito à Bíblia e à minha inteligência: foi por isso que eu virei adventista.

    Abraços.

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  13. Vanessa,

    Quero agradecer a você pelo seu trabalho no seu blog.

    Graças a Deus por pessoas como você e seu marido que produzem conteúdo de qualidade que respeitam a nossa inteligência.

    Estou acompanhando cada post e sempre encaminho para todos os meus amigos aqui do Rio.
    Nasci em BH também e tenho uma família bem grande lá.

    Gostaria de saber como faço pra trazer vocês um fim de semana para a minha igreja aqui no RJ.

    Abraços!
    Patrícia
    patricialdmoraes@gmail.com

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  14. Querida Vanessa,

    Onde você conseguiu a seguinte fonte: "The Signs of the Times , 22 de Junho, 1882."

    Procurei essa revista no site "http://www.adventistarchives.org/documents.asp?CatID=26&SortBy=1&ShowDateOrder=True", mas não encontrei.

    É sabido que muitos exemplares não foram ali disponibilizados (sem qualquer razào aparente para tanto). Porém, gostaria de ler todo o artigo onde o texto por você mencionado aparece. Mas não consigo encontrar essa edição de Sings of The Times disponibilizada na internet.

    Poderia me enviar o referido artigo (no original em inglês) por e-mail? Ou me dizer onde consigo baixá-lo na íntegra?

    Meu e-mail: thiago_helker@hotmail.com

    Obrigado!
    Thiago

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  15. Olá Thiago,
    o artigo está disponível no White Estate.
    Vc pode ler aqui:
    http://egwtext.whiteestate.org/publication.php?pubtype=Periodical&bookCode=ST&lang=en&year=1882&month=June&day=22

    Ou vc pode entrar no site do White Estate e digitar "tabret" na pesquisa. O artigo é o terceiro resultado.

    Abraço.

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  16. Puxa, ainda bem que os flautistas não serão jogados na fogueira.

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  17. Toda música que o cristão ouve, toca ou compõe, quer seja sacra ou secular, deve ser a mais nobre e melhor. “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há, e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Filip. 4:8). Como seguidores de Jesus Cristo, que aguardam e esperam unir-se ao coro celestial, vemos a vida na Terra como um preparo para a vida no Céu e uma antecipação dela.

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