quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Dorothy, Beethoven e o gato improvável


“As várias combinações da mesma dúzia de notas são materialmente suficientes para explicar a Sonata ao Luar, de Beethoven, e os sons produzidos por um gatinho andando sobre as teclas.

Mas o fato de o gato andar sobre as teclas do piano não prova nem contesta a existência de Beethoven; e tudo o que é provado pelo argumento do biólogo é que ele era incapaz de distinguir entre uma causa material e uma causa final.”

Dorothy Sayers, falando sobre um argumento biológico contra a existência de Deus.
Ela faleceu em 1957.

Dorothy era escritora de ficções sobre investigações policiais (usando lógica e algo da ciência forense da época). Por isso ela estava acostumada a pensar de acordo com o que propõe a teoria do “Design Inteligente”: é possível diferenciar o fruto de atividades inteligentes do que é causado por causas naturais e impessoais sem propósito.

Ainda bem que a ciência forense não leva as especulações naturalistas a serio em suas investigações. De outra forma, teríamos multidões de crimes intencionais lançados na conta do acaso, do acidente, do não-inteligente, do “é improvável mas aconteceu, eu juro, sr. Juiz!”.


Uns preferem acreditar no "gato improvável" reproduzindo os sons da Sonata ao acaso, outros preferem admirar Beethoven enquanto tentam entender sua genialidade.


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