segunda-feira, 7 de junho de 2010

O que está no cd também está no coração?


Esse é um post dedicado a todos os músicos cristãos: e se o seu ministério musical lhe custasse a vida? E se o cd que você tanto sonha gravar lhe custasse a liberdade? E se a sua carreira musical gospel o levasse diretamente para a prisão e tortura?

Conheça Helen Berhane.

Helen era cantora evangélica e membro da igreja Rhema na Eritréia. Sua igreja é uma das várias igrejas cristãs não reconhecidas oficialmente pelo Estado e, por isso, perseguidas.

Em Maio de 2004 ela lançou um cd evangélico que fez enorme sucesso entre os jovens, e por isso foi presa e submetida a tortura e maus tratos por 2 anos e 5 meses. Junto com Helen, foram presos alguns adolescentes do seu pequeno grupo de oração. Foi-lhe dada a chance de assinar um documento garantindo que nunca mais participaria de atividades evangelísticas, inclusive musicais.

Ela recusou. A sua justificativa foi "eu creio em cada palavra que canto".

A “prisão” em que Helen viveu era um container no campo militar de Mai Serwa. Ela ficou totalmente isolada de sua família, não tinha direito a representação legal e nem a cuidados médicos.
Dentre os vários tipos de tortura a que foi submetida, Helen passava horas na posição do “helicóptero”, de cabeça para baixo, com braços e pernas amarrados para trás. Era submetida a condições extremas de calor e frio: chegava a 40 graus durante o dia, e a 10 graus negativos em certos períodos. Helen teve sua perna quebrada e frequentemente ficava sem comida ou qualquer tipo de higiene básica.

Ela permaneceu ali até 2006, sem ter sido formalmente acusada e sem nenhum julgamento. As autoridades da Eritréia chegaram a negar a existência de Helen e de outros cristãos presos. A pressão internacional sobre o governo da Eritréia foi liderada por grupos cristãos de todo mundo e pela Anistia Internacional.
Em outubro de 2006, Helen foi solta. Com sérios problemas de saúde, mas com uma fé inabalável. Ela tem problemas no fígado e nos rins, e também anda com alguma dificuldade. “Mas já me desfiz das muletas”, ela conta.

Após a libertação, Helen e sua filha Eva voaram para o Sudão e conseguiram asilo na Holanda, onde vivem. No Brasil, o caso foi divulgado pela Missão Portas Abertas e pela cantora Fernanda Brum, que posteriormente homenageou Helen doando-lhe o seu Troféu Talento de “cantora do ano”, que havia recebido no Brasil em 2007.

Helen segue testemunhando do amor e do poder de Deus, e convocando os cristãos de todo mundo a erguerem a sua voz em nome da justiça.

E então amigo músico: ainda tá afim de seguir "carreira gospel" ou quer testemunhar de verdade? Quando você canta coisas como "te seguirei até o fim", o que isso significa? O que vai no cd, vai também no coração?

Ouça Helen cantando a capella na Irlanda



Aqui neste link Helen conta como as orações do povo de Deus a sustentaram na prisão.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Nós já decidimos! - o testemunho de duas iranianas

Maryam, 27, e Marzieh, 30, foram presas pela primeira vez no dia 5 de março de 2009, por abandonarem o islamismo. As autoridades iranianas as mantiveram na solitária da prisão de Evin, desprovidas de tratamento médico, vendadas, e passando por longos períodos de interrogatório. Recentemente, foram transferidas para uma cela lotada.

No momento da audiência, o promotor público, Haddad, perguntou para Maryam e Marzieh sobre sua religião e disseram para que elas desistissem de sua crença em Cristo. Quando ele questionou se eram cristãs, elas responderam: “Nós amamos Jesus”.

Então, ele repetiu a pergunta, e elas disseram: “Sim, nós somos cristãs”.

Quando o promotor afirmou: “Vocês eram muçulmanas e se tornaram cristãs”, elas responderam: “Nós nascemos em famílias muçulmanas, mas não somos muçulmanas”.

Durante o interrogatório, quando elas fizeram referência a como Deus as confrontou pelo Espírito Santo, o promotor disse: “É impossível Deus falar com os seres humanos”.

Então, Marzieh perguntou: “Você está questionando o poder soberano de Deus?”.

Ele respondeu: “Você não é digna de que Deus fale com você”.

Marzieh disse: “Não é você, e sim Deus, que deve dizer se sou digna ou não”.

Antes que a audiência acabasse, o promotor disse para que elas pensassem na opção de retornar ao islamismo, mas Maryam e Marzieh responderam: “Nós já nos decidimos”.

Depois disso, elas foram enviadas de volta para prisão até decidirem desistir de sua religião. Apesar de a acusação pedir a mesma sentença dada em casos de apostasia, o juiz não pronunciou nenhum veredicto.

Cinco meses de abuso e maus tratos causaram danos na saúde de nossas irmãs. Elas perderam peso e não receberam atendimento médico. Marzieh sofreu de dores na coluna, infecção dentária e fortes dores de cabeça.

"Nós não negaremos a nossa fé. Se vamos sair da prisão, nós queremos fazê-lo com honra", elas disseram ao juiz.
Liberdade afinal

Em 18 de novembro de 2009, Maryam e Marzieh foram libertadas da prisão. No entanto, a provação ainda não tinha terminado para as duas. Apesar de soltas, as acusações que sofriam ainda não haviam sido descartadas e, em Abril, Maryam e Marzieh foram convocadas para outra audiência.

Após um mês de espera ansiosa por um veredito, finalmente a notícia de que em 23 de maio de 2010, todas as acusações contra Maryam e Marzieh foram retiradas.

Mesmo assim, elas fugiram para um país desconhecido, onde teriam a liberdade de praticar a sua fé, depois de terem sido avisadas pelas autoridades judiciárias muçulmanas do Irã que qualquer futura atividade cristã no Irã seria severamente punida.

"Nós somos muito gratas a todos que oraram por nós. Eu não tenho nenhuma dúvida que Deus ouviu as orações de Seu povo. Eu acredito que a nossa prisão e subsequente liberdade estavam no tempo e plano de Deus, e que tudo foi para a Sua glória. Mas as orações do povo encorajaram e nos sustentaram neste momento tão difícil".

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Resumo da Ópera: e pensar que tem crente desistindo da fé e do chamado porque ninguém lhe deu "bom dia"...
Resumido aqui pela banda 4 por 1: "Um Chamado"



Notícias sobre o caso aqui, aqui e aqui.