Passado o efeito emocional que o terremoto no Haiti causou nos brasileiros, lembrei-me de Jó e seus amigos, de Jeremias e suas lamentações e de Jesus agonizando no Getsêmani enquanto seus discípulos dormiam.
Alguns crentes buscaram na história “pagã” e nos pecados dos haitianos a explicação para a tragédia, assim como os amigos de Jó, classificando o terremoto de “juízo divino”.
Outros (crentes e céticos) lançaram seus questionamentos sobre Deus, duvidando de sua soberania e de seu amor. Se Ele ama e é poderoso, por que permitiu? O velho "problema do mal".
E no momento de maior angústia e necessidade de simpatia, Jesus esteve só, cercado de discípulos sonolentos que não percebiam a gravidade do momento. Por vezes, a proximidade banaliza, gera desprezo, perde-se a sensibilidade. De tanto ver sofrimento e tragédia, isso não nos afeta mais.
Jesus não está distante do Haiti. Ele está lá, sofrendo junto e ajudando. Seu corpo está lá. Sempre esteve – antes, durante e depois da tragédia. A igreja é o corpo de Cristo. Ela deve ser a manifestação de Jesus na terra. Que tipo de Cristo estamos manifestando ao mundo?
Repetindo a idéia de John Stott: como Tomé, o mundo hoje exige “se não virmos as marcas... não acreditaremos”. Rapidamente respondemos “creia sem ver, incrédulo!”
Esquecemo-nos que Jesus mostrou as marcas, seu corpo estava à disposição da análise do incrédulo Tomé.
O corpo de Cristo, a igreja, está sob análise daqueles que buscam uma resposta.
Eles estão vendo as marcas? Que marcas?
Resumido por Lecrae - "Tão distante"
ver também "Adventistas: vítimas e heróis no Haiti"
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