
Não tenho muita paciência com crente liberal, fã de alta crítica, e que trata a Bíblia com a mesma reverência que trata Shakespeare ou o gibi da Mônica.
Tenho mais apreço e respeito por ateus irredutíveis e até por anti-cristãos declarados do que por essa espécie patética e fantasmagórica de "cristão".
Não há problema em se tentar entender as narrativas bíblicas por meio de explicações alternativas. Mas há um limite: existem fatos bíblicos que são inegociáveis, para os quais a Bíblia não deixa muita margem para discussão.
A Palavra de Deus não pode ser dissecada, amputada ou adaptada por conta da interpretação naturalista dos fatos - por mais plausíveis ou intelectualmente estimulantes que pareçam.
Para um cristão de verdade, a Bíblia é quem modela a sua compreensão da arqueologia e da ciência.
Por isso continuo criacionista, tendo que ouvir zombaria de ateus e de cristãos que querem ser cool. Não me importa: pra mim os 2 grupos se equivalem. Com uma única diferença: o ateu é coerente, fala que não crê e vive de acordo com isso. O crente "legal universitário" fala que crê, mas vive como se Deus não existisse.
Para quem crê em Gênesis 1:1 ("No princípio criou Deus..."), acreditar no resto é fichinha.
Aí está a raiz do problema: cristãos não crêem mais em Gênesis 1.
Nem em Gênesis 2.
Nem no Dilúvio.
Nem em... (acrescente aqui qualquer narrativa bíblica já plenamente "explicada" pelos gênios do Jesus Seminar).
E seguem o caminho descendente da alta crítica de mãos dadas com o ateísmo...
Como disse Billy Graham:
"Não encontro dificuldade em acreditar que Jonas foi engolido por um peixe. Eu acreditaria no relato ainda que a Bíblia dissesse que foi Jonas que engoliu o peixe!"
Não sou fundamentalista. O fato é que o cristianismo é minha cosmovisão, um sistema perfeito de crenças deduzidas a partir da Bíblia. Se eu tiver que fechar a Bíblia, então que o teólogo liberal feche o racionalismo, e que o ateu feche o materialismo e o naturalismo.
Aí sim, seremos todos (in)felizes igualmente no mundo da irracionalidade e do absurdo.
A regra do "abra mão disso" deve servir para todos.
Como isso nunca acontecerá, permitam-me viver solidamente minha cosmovisão lógica e racional enquanto se afogam no mar de relativismo.
Muito obrigada.